No ano de 1973 foi organizada no Alasca a edição inaugural de uma prova que se tornaria emblemática, a Iditarod Trail, corrida de trenós puxados por cachorros que percorria nada menos que 1000 milhas, cerca de 1.600Km, através da tundra gelada. Dez anos depois, a já tradicional prova serviu de inspiração para a Iditaski, primeira competição para conjuntos de propulsão humana cruzando o percurso da Iditarod Trail. Com o crescente interesse pelo, na ocasião, novo esporte batizado de Mountain Biking, nascia em 1987 a versão sobre duas rodas da competição, a Iditabike.
Como sugere o próprio nome, nas Fat Bikes as rodas e pneus são superdimencionados. Os aros podem ter pelo menos quatro vezes a largura que os de uma mountain bike comum, já seus pneus, com medida de diâmetro interno compatível com aros de 26 polegadas, em função da altura de suas laterais e largura que pode atingir até 4.8 polegadas, ou 120mm, apresentam o diâmetro externo equivalente ao de uma 29er.
Você pode escolher se prefere tratá-las com bikes equipadas com rodas de 26 ou 29 polegadas, mas a verdade é que o formato concebido primordialmente para a neve, evoluiu. Apoiadas por quadros, garfos, rodas e pneus mais leves, além de novos padrões de movimento central e cubos, as Fat Bikes invadiram outros terrenos, fazendo sucesso entre os consumidores mais descolados, a ponto de se tornarem hoje a bola da vez no mercado americano de bicicletas. Aqui no Brasil, a Specialized e a sempre pioneira KHS mostraram recentemente seus modelos de Fat Bikes, prometendo oferecer umas poucas unidades em algumas de suas revendas no decorrer de 2014.
Há alguns meses o P29BR já tentava viabilizar o teste de uma Fat Bike em solo brasileiro, algo que se tornou realidade apenas em dezembro último, quando o correspondente do site no EUA, o francês Laurent Tarnaud, desembarcou por aqui com um exemplar da recém-lançada Borealis Yampa na mala, talvez o que há de mais moderno na atualidade em termos de Fat Bike, uma ótima oportunidade para conferir se o formato funcionaria em nossas trilhas.
O primeiro dia pedalando a Yampa poderia ser definido como estranho. Ainda na cidade, enquanto me encaminhava para a trilha, não havia quem não notasse e se espantasse com a bike. Mesmo com pintura discreta, uma bicicleta com rodas tão grandes chama muito a atenção de todo o tipo de público, além disso, o característico som dos largos pneus rodando pelo asfalto é de impor respeito. Já na terra, as primeiras curvas deixaram claro que mudar de direção envolve muito mais esforço em uma Fat Bike , contudo é dramático o aumento de tração decorrente da maior área de contato dos pneus com o solo, característica que facilita demais a tarefa do ciclista pedalar em pé. Contudo, de início o que logo se torna mais evidente é mesmo a grande distância lateral entre um pedal e outro. Pedalar com os joelhos e pés muito mais separados, requer adaptação.
No segundo dia com a Yampa da Borealis, suas qualidades e toda a diversão começaram a despontar. Já me adaptando a uma nova maneira de pedalar, depois de muita experimentação reduzi a pressão dos pneus para apenas um dígito, 8 libras no caso. Considerando as condições dos singletracks técnicos onde pedalei, foi uma calibragem que se mostrou perfeita, sem grandes prejuízos nos demais trechos de estradão. O detalhe é que o proprietário de uma Fat deve necessariamente andar com um calibrador digital no bolso, caso contrário não seria possível viabilizar essas pequenas variações de pressão que tanta diferença fazem na performance da bike.
*Reprodução da pergunta do leitor Fernando Dechichi
A resposta deve levar em consideração alguns aspectos. Me parece claro que o feedback e a experiência do piloto de Fat Bikes e co-projetista da Borealis, Pete Basinger, estão evidenciados na Yampa, uma bicicleta bastante eficiente, bem construída e com ótima geometria, que imagino, deve fazer bonito na neve. Pedalando uma Fat Bike nas trilhas brasileiras, um bom piloto conseguiria, por exemplo, repetir muito do que faria a bordo de uma full suspension de XC equipada com rodas de 27.5 ou mesmo de 29 polegadas, levando ainda uma pequena vantagem em condições extremas e de baixa aderência, contudo isso com o ônus de terminar o treino mais cansado, já que até o próprio ato de girar o guidão é nitidamente mais trabalhoso em decorrência dos pneus superdimensionados.
Estendendo a comparação com um modelo de suspensão integral, as Fat Bikes levariam vantagem em termos de manutenção e durabilidade, sem contar que no papel o peso total de apenas 10.9 Kg desta Borealis é um destaque. Por outro lado, vez ou outra, boas mountain bikes com 12 Kg de peso ou mais, na prática aparentarem ser mais leves durante as subidas, já no caso das Fat Bikes em particular, acontece exatamente o oposto, ou seja, são bicicletas que parecem ganhar algumas centenas de gramas no momento de subir pelos terrenos mais íngremes.
A sensação de saltar um obstáculo com uma Fat Bike não é propriamente agradável, para ilustrar essa afirmação, imagine-se dando um bunny hop com sua mountain bike dentro de uma cama elástica. Para completar, a traseira da Yampa é tão larga que às vezes minha panturrilha fazia contato com os seat stays durante o movimento de pedalada.
A Borealis Yampa seria tranquilamente minha segunda bike, contudo o consumidor brasileiro deve levar em conta o fato de que os padrões de eixos, cubos, central e pedivelas para as Fat Bikes não estão consolidados no mercado, dificultando a tarefa dos que por ventura se interessarem em montar uma.
Keep 29eriding!
Espero que se consolide no mercado brasileiro. Gostei da KHS que estava na Bike Fair.
ResponderExcluirAdil
ResponderExcluirSei que é off topic mas gostaria de sue opinião sobre estas bikes com relação a melhor compra pelo dinheiro pago:
http://www.bikecenterribeirao.com.br/bicicletas/3302-bicicleta-merida-big-nine-tfs-300d-2013.html
http://www.centauro.com.br/bicicleta-gt-zascar-9r-sport-808042.html?cor=83
Ambas na faixa dos 4000 reais.
Ou outra nesta faixa de preço caso tenha uma melhor opção.
Grato
Olá Elias,
ExcluirNessa comparação, iria preferir a GT.
Abs,
Adil
ola boa tarde faltou dizer preco e onde podemos compra la la fora
ResponderExcluir?
Olá Fininho,
ExcluirA Borealis Yampa completa em sua versão mais acessível custa em torno de 3.500 dólares. Só o quadro custa 1.799 dólares.
Aqui a relação de revendas:
http://www.borealisbikes.com/dealers
Abs,
Adil