P29BR 29ER SHORT TEST / Ashima PanCake Brake

Alta tecnologia e leveza em um produto único.

A marca Ashima, representada oficialmente no Brasil pela Scitex, criou fama no mercado internacional por desenvolver produtos realmente inovadores e de baixo peso. Com o lançamento do novo conjunto de freios à disco hidráulicos PanCake Brake a tradição foi mantida, já que trata-se do primeiro freio do mercado a operar sem pistões.

No PanCake Brake o movimento das pastilhas é controlado por um diafragma de borracha, o que se traduz em redução de peso nos calipers e eliminação completa de eventuais focos de corrosão encontrados nos pistões comuns.

O corpo da unidade principal onde estão manetes é construído em plástico de engenharia de alta resistência, uma tendência surgida recentemente e seguida inclusive pelos novos modelos da gigante Magura. O emprego desse tipo de material colabora decisivamente para a redução do peso total do conjunto, que completo com todo o hardware e um rotor Ashima de 160mm pesou apenas 309 gramas.

Se comparado com o famoso modelo R1 da Formula, que a fábrica italiana afirma ser o mais leve freio para MTBs já produzido com 279 gramas (tomando por base apenas o peso do manete, caliper, mangueira e rotor de 160mm), o produto da Ashima é muito competitivo, pois chega a 285 gramas na mesma configuração e é vendido por uma fração do preço do concorrente.

Ainda com relação ao quesito peso, vale salientar que os adaptadores e rotores Ashima estão entre os mais leves do mercado. Outro diferencial é estético, o PanCake Brake é fornecido com os parafusos dos rotores anodizados na cor vermelha. Para completar a customização, os revendedores Ashima tem também à disposição, como opção, parafusos dourados, azuis ou pretos.

Em matéria de qualidade, vale mencionar que cada exemplar de freio produzido é efetivamente testado para garantir que esteja de acordo com os padrões de eficiência adotados pela fábrica. O mais legal é que você que adquirir o PanCake Brake encontrará dentro de cada caixa um relatório com o resultado desses testes, o Brake Efficiency Test Report, um documento exclusivo e avalizado por um inspetor de qualidade da Ashima.

A montagem dos freios é bastante simples e rápida. Em termos de ergonomia, os manetes são bastante confortáveis e bem dimensionados, além de oferecerem a liberdade de montagem tanto do lado esquerdo quanto direito do guidão, contudo não se adaptam perfeitamente a todos os tipos de trocadores, como por exemplo, alguns dos modelos da Shimano com OGD (Optical Gear Display), aqueles mostradores de marchas que hoje, felizmente já podem ser removidos pelo proprietário. Com os trocadores SRAM X.7 ano 2011 originais da Specialized Stumpjumper Comp 29er não houve qualquer incompatibilidade. A distância dos manetes às manoplas pode ser ajustada com facilidade através de uma chave Allen de 2mm.

O acionamento dos manetes é mais suave do que se pode esperar, por isso chega até a causar certa estranheza num primeiro momento. Aconselho, no início, os novos usuários a acionarem os freios com dois dedos. Somente depois de algumas dezenas de quilômetros, após completar o processo conhecido como “brake-in” dos rotores e pastilhas novos, aparece a potência real do PanCake Brake, que segundo a fábrica é equivalente à de um modelo similar equipado com pistões de 21mm de diâmetro. Apesar disso, percebi desde o princípio que a operação do Ashima PCB é muito particular.

A curva de potência no PanCake Brake é menos acentuada, ou se preferir, mais linear em se comparando com os modelos tradicionais à pistão, por isso, do em momento que as pastilhas começam a atuar até o ponto onde os manetes atingem seu curso final e a bike é de fato desacelerada, a parcela de força efetivamente transferida aos rotores cresce numa proporção menor que a de costume em outros sistemas. Não significa falta de potência, mas para me adaptar a esse comportamento, passei a frear alguns décimos de segundo antes que o normal, algo que horas depois já tinha se tornado natural.

Percebi que em se tratando de 29ers, é aconselhável optar por um rotor Ashima de 180mm na dianteira, apenas 28 gramas mais pesado que o padrão de 160mm. Na traseira 160mm são mais que suficientes e dificilmente travam a roda. Outro pequeno upgrade seria substituir as pastilhas SOS+ originais por outras do tipo semi-metálicas, mais adequadas a situações de performance competitiva. O PCB dispersa muito bem o calor gerado pela frenagem e mesmo nos trechos mais longos de downhill os manetes nunca pulsaram, nem houve perda aparente de desempenho.

Além do peso, um dos grandes trunfos do PanCake Brake está no fato de ser – de longe – o freio mais silencioso que já experimentei. O conjunto completo dos freios Ashima PCB com rotores de 160mm, adaptadores e parafusos coloridos tem custo ao consumidor na ordem de 1.200 Reais. Você que tem o XC nas veias e busca um equipamento leve, é candidato natural a se tornar proprietário do primeiro freio sem pistões do mercado.

Keep 29eriding!